Quando e como usar suplementos alimentares

Substâncias e compostos conhecidos como suplementos alimentares ou vitamínicos podem ser grandes aliados da saúde porém, devem ser usados com a supervisão de especialistas.

Assim avaliam o professor de farmácia e responsável técnico da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), Daniel Jesus e a nutricionista Nathália Chaveiro Cunha Ferraz especialista em nutrição, metabolismo e fisiologia no Esporte.

De acordo com Daniel, o risco de se consumir tais produtos em altas doses pode sobrecarregar órgãos de base como fígado e rins.

“A suplementação alimentar é complexa e depende dos objetivos de cada pessoa. Para tanto é necessário consultar um nutricionista ou nutrólogo para fazer exames e receber orientação adequada sobre quais resultados deseja alcançar”, pontua.

Suplementos

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar doenças.

A finalidade desses produtos é fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação.

De acordo com o órgão, os suplementos são alimentos que antes eram definidos com ‘alimentos para atletas’, ‘alimentos para gestantes’, ‘suplementos vitamínicos e minerais’.

O uso desses produtos pode ser para perda de peso, ganho de massa muscular, melhora da firmeza da pele, entre outros.

“Como já foi dito, suplemento não é medicamento. Ou seja, não vai agir diretamente no metabolismo. Ele vai repor ou condicionar produtos e processos que naturalmente não se teria numa alimentação. Só que o produto vai direcionar esse metabolismo no organismo ou para ganho de massa ou perda de gordura, segundo o objetivo de cada um.

Dica de Nutrição

De acordo com Nathália Chaveiro o uso do Whey Protein, por exemplo, tem de ser avaliado individualmente. “Nem todos conseguem ingerir a quantidade de proteína indicada, por dia, só com alimentação”, avalia.

Sendo assim, é feita a prescrição para uso.  “E essa recomendação gira em torno de 1g  até 2g,  por quilo de peso, ao dia”, explica.

No caso indicado, para treinos mais pesados como musculação para hipertrofia (crescimento dos músculos), ou crossfit, por exemplo, pode- se usar o whey, mas sob recomendação nutricional.

A barrinha de proteína, segundo a nutricionista pode ser um excelente recurso para quem não consegue fazer um lanche da tarde, ou ingerir a quantidade de proteína que precisa por dia. Mas avisa: “Também conforme cálculo nutricional individualizado”, diz.

Nathália diz que o limiar de consumo diário está dentro dessa recomendação. Ao exceder a isso o cuidado tem de ser maior “porque o whey pode sobrecarregar fígado e rins. Para isso, pedimos exames para avaliação das funções renais e não provocar danos.

“Mas se tudo estiver dentro da recomendação, ok. Super permitido o uso do whey”, afirma.

Enzimas

O uso desse produto para ajudar na queima de gordura já não é tão benéfico para o corpo. Não é danoso mas também não ajuda o quanto deveria.

“Existem outros grupos que podem acelerar o metabolismo na queima de gordura como a cafeína, alguns alimentos como gengibre, canela ou chá verde. Melhor investir nesses termogênicos. Além é claro, de uma dieta bem prescrita e calculada”, exemplifica.

Avaliação individual

Nathália é enfática ao dizer que jamais deve-se usar suplementos por aconselhamento de amigos e etc. “Pode ser fatal”, avisa ao lembra-se do caso de um jovem que morreu em decorrência de taquicardia, durante o treino, por consumo excessivo de cafeína, por recomendação de terceiros.

Para ela, a avaliação pessoal com especialistas é necessária para evitar não só ocorrências graves, mas garantir melhores resultados para a saúde.

“Isso porque os organismos são diferentes, possuem hábitos de treino diferentes, preferências alimentares.

Vitaminas

O uso é importante para atletas que fazem atividade intensa, isso porque provoca um estresse com a produção de radicais livres, e a suplementação de vitamina C é importante porque é um antioxidante.

Mulheres que pretendem engravidar usam a suplementação do ácido fólico; os vegetarianos precisam de vitamina B12 - porque não consomem a carne que é fonte dessa vitamina-; tabagistas também podem ter a ajuda da vitamina C pelo mesmo caso dos atletas, como o estresse oxidativo.

Nathália recomenda a realização de exames completos para saber a real deficiência daquele organismo em vitaminas e minerais. “Se tiver a deficiência é importante entrar com essa suplementação. Caso contrário, quem estiver conseguindo pela alimentação equilibrada, então, não se recomenda o uso da vitamina. Existe um valor médio ideal para consumo atingindo. Este, não se recomenda suplementação”, ensina.

Riscos

Uma superdose de vitaminas consumidas sem orientação pode alterar o funcionamento do corpo, como exemplo, doses elevadas de vitamina K.

O uso exagerado desse componente pode alterar a coagulação sanguínea. Doses a mais de vitaminas e minerais antioxidantes como as vitaminas C, A e E, podem levar, com o tempo, a piora da ação do sistema imunológico. O que ajuda a proteger o corpo como sistema de defesa em caso de doenças.

Saiba Mais

Estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine, mostrou que a suplementação em altas doses de betacaroteno (substância presente na cenoura, mamão e abóbora) chegou a elevar em 18% a incidência de câncer de pulmão entre os voluntários estudados.

Entretanto, alimentos que compõem essa substância, quando ingeridos dentro de uma dieta saudável são poderosos aliados no combate ao câncer de pulmão.

Isso porque o composto é reconhecido por enfrentar radicais livres, moléculas que, em abundância, são nocivas às células.​

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